maio 27, 2014

Se eu olhar para o chão e disfarçar o riso: é amor, se eu fizer questão de rir da sua cara: é, é amor. Mas se eu sequer mostrar os dentes: não, não é amor. Veja se eu gesticulo em excesso ou se pareço uma estátua: é amor. Mas se ignoro o que faço na sua frente (porque simplesmente não estou me importando com quais palavras e de que maneiras direi a você), então: não é amor. Será amor se eu não conseguir te encarar por muito tempo ao me olhar. Amor será se quando você não estiver vendo eu fotografar em minha memória cada passo seu. Mas se eu nem quiser te olhar, nem correr para perto, nem me aproximar, desculpe-me: não é amor. Desculpe-me, outrém (que caso tenha notado) por te amar. Desculpe-me se às vezes eu simplesmente quero me perder em você e acabo me perdendo em mim, enquanto em outras horas estou tão atenta que sou quase outro você e esqueço de me ser. Desculpe-me se eu perco os sentidos, as medidas e as noções: é amor. Quero te chamar de meu bem, quero concordar com você dizendo: é, amor. Por fim, perdoe todas as repetições de amor nesse texto, isso é porque meu coração vai batendo e sussurando devagarinho: besta, é amor!

Flávia Andrade

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