Você abaixa a cabeça, tamborila os dedos na mesa, um pé sapateia, o olhar busca o chão. Eu estou atenta querendo te ouvir. E você. Vai dizendo... Assim. Com tantas reticências, pausas, demoras em meio a essa desimpaciência, enquanto eu permaneço tão tranquila. Você ri da sua palavra errada, mas eu rio da sua risada tímida. Você, de repente, desiste de dizer e ri mais. E eu rio mais alto. E somos dois bobos e eu não sei para onde foi o resto do mundo, somos só você e eu. Você tão acanhado e eu tão clichê.
Flávia Andrade
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