Quando saiu de casa ainda tinha um foco e um rumo, veria quem tanto quis e nada mais interessava. Mas de uns minutos pra lá, quanto mais andava menos queria chegar, começou a sentir uma dessas coisas de não se sentir o suficiente, começou a se achar só uma gentinha sem jeito querendo cuidados de restos de outro alguém que se entregou pra uma pessoa mais sortuda. Parou os pés, acelerou a mente, nisso o choro veio e virou toda aquela cena de quem se arrepende de não ser o que planejou quando era criança. Coisas que acontecem quando se vive esperando muito e ganhando pouco. Que mal tem em ter o mínimo? Que mal tem em arriscar no máximo? Lembrou que tinha um bem muito maior em si e não queria sofrer por quem ilude. Relembrou que era mais forte do que imaginavam e foi, sem querer provar nada pra ninguém, para onde ria e ia sem motivos, sem esperanças, lá era certo que estaria feliz.
Flávia Andrade
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