maio 29, 2015

Um só rumo


    Não fosse o medo de nunca mais te ver, eu já estaria bem longe desse tumulto que causamos. Inda que estivéssemos um pouco pior, se acabasse a bebida, se a música parasse de tocar, as boates fechassem, o mundo entrasse em greve, se só restasse sua casa pra ir, eu me aninhava sem contradições. Eu tomaria seu cobertor pra mim, e seus filmes e seus discos e seus maços e seus violões e sua rotina desesperadora. Se não fosse o medo de você me mandar embora, eu até voltava a frequentar esse lugarzinho seu.

Flávia Andrade

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