agosto 01, 2015

Destino a gente faz


     Eu canto as músicas aqui em casa, desafinada, sem violão e sob gritos. Só pelo desejo (coisa à toa de sentimentais) de que você me ouça por aí. Seja em noites mal dormidas ou dias cheios, que você se perca tentando descobrir de onde vem o som. Enquanto isso danço sem embriaguez sua, com os desastres meus me rodeando e rodando. Eu escrevo garranchos em papeis amassados e largo em cima de mesas de lanchonetes, como se você fosse parar pra tomar um suco de laranja sem açúcar e encontrar, por acaso. Como se nossa vida tivesse atada e tudo o que eu fizesse te trouxesse pra perto. Realizo desencontros pra te ver, como quem não planeja nada na vida, em ruas que desconheço e dizer, como quem mente bem, que passo por elas o tempo todo. Logo em seguida até finjo parecer um tanto boquiaberta com tamanha coincidência. Se destino nenhum houver, ai do mundo que não soube oferecer, eu nos junto debaixo de chuva, nem precisa ser cena de filme.


Flávia Andrade

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