Eu, sentada em um banco, na feira movimentada, com um pedaço de papelão com uma frase escrita com pincel atômico vermelho: não faço promessas. Anunciando minha maior venda por propaganda enganosa. De pernas cruzadas, com o cotovelo escorado na coxa, com o queixo apoiado na mão, com as costas encurvadas, com o cabelo meio preso quase solto, com dívidas enormes a pagar. Devendo para todos que eu quis por mais tempo que poderia ter, devendo para os sobreviventes das boates falidas, devendo para os encostos de uma vida arregaçada por desencontros. Se em toda metáfora há sentido, que você entenda que te chamo com essa placa de papelão duvidosa. Não faço promessas, eu prometo. Juro que não crio planos e não sonho alto demais dessa vez. Aproveita que 'tá barato, porque só vendo não-promessas para você.
Flávia Andrade
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