outubro 19, 2015

É com você

    Desisto e não vou mais fazer planos para nós dois. Eu só preciso dizer que seria bom se você pudesse colaborar em me encontrar casualmente no meio daquela rua perto de onde trabalha e me convidar para ir na sua casa mais tarde. Sabe, é só um convite pra sentar no sofá e ver tevê. Talvez até para uma bebida que por acaso você tenha na geladeira e ainda lembre que eu gosto, mas pode ser tudo uma coincidência boa de aproveitar. Pode ser ainda melhor se me disser algumas coisas bobas que já se passaram nos diálogos que criei na mente, sabe, só porque essas coisas realmente podem acontecer e, como eu já ia esquecendo, nem vai soar repetitivo.
    Eu não vou ficar contando horas pra te ver, mas eu saio de casa às sete horas, volto ao meio dia, fico por aqui e quem sabe você não resolva passar porque estava dando uma volta sem motivos maiores pela vizinhança. Desisto mesmo, de verdade, de pensar tanto em te ver outra vez e ficar com uma saudade sem controle. Até porque, se caso você me encontrar, meio que sem querer, no supermercado onde sempre faz compras, a saudade passa rapidinho, não passa? Você prefere reabastecer sua cozinha no começo ou fim do mês? Não é por nada não. Eu até gosto de andar até lá e evitar o mercadinho daqui de perto.
    Esse negócio de planejar tudo o que se quer fazer não é mais comigo, mas posso abrir uma uma brecha se você me perguntar o que vou fazer no sábado. Ou na sexta, na quinta, na quarta, e posso expulsar de mim a vontade de ficar em casa que sinto nas segundas, terças e domingos. De resto, desisto, é com você.

Flavia Andrade

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