As coisas que não sei são várias. Eu não sei como se chega a algum lugar se ainda não enxerguei nenhum caminho, e qualquer rumo parece torto demais. Não sei como saio de casa se a rua ainda me assusta, mesmo que eu busque por proteção. Não sei como faço para mudar se nem sei quem sou, e até de onde venho parece incerto. Não sei como sano as dúvidas se sou somente um aglomerado de questões que psicanálise nenhuma resolve. Não sei como deixo de ser esse desespero emocional se coisa alguma consegue me acalmar, nem os reencontros que matam instantaneamente minhas saudades. Não sei se preciso de pílulas, de pessoas ou de mais um bocado de solidão, mas sei que tudo está incômodo demais para novos dias. Não sei como conversar sobre o que acontece, só sinto. Sinto sem saber também, pois não tenho certeza alguma. Não sei como posso pensar em qualquer outra coisa se minha mente não me obedece nem para não pensar em tanto não. E não sei se estou em minha mente ou se ela está em mim, apenas sei que não temos sincronia e, nessa semana, estarei outra vez perdida.
Flávia Andrade
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