outubro 04, 2015

Uma só

    Não posso ser todas as meninas, garotas, mulheres e mulherões do mundo em apenas um corpo desastrado. Não posso dançar no salão porque minha dança é feita de passos errados em lugares escondidos. Não tem como esperar muito de mim, pois eu mesma espero pouco, sou cheia de medos. Até gosto de alguns abraços, mas não sou de ficar tão perto por muito tempo. Posso até fazer declarações, mas a maioria sai confusa no meio de diálogos bobos que gosto de conversar. Falo bobagens, dou risos altos, fecho os olhos para esquecer algumas coisas ditas que me escapam sem querer. Não quero estar na medida padrão de corpo, não sirvo para medir palavras, não meço mais altura. Sou de tantos jeitos que quase não me encontro e pouco me descrevo, que é para não confundir mais. Se pareço errada, perdoa, sou só eu.

Flávia Andrade

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