novembro 23, 2015

Olhos-doidos

    São os olhos-doidos que me confundem, como se tivessem efeitos instantâneos de drogas caras. Ele segura seu copo de uísque e gelo na mão esquerda, leva-o à boca, dá um longo gole e me olha com as cores castanhas escuras, perfurando meu bom-senso. Eu sei que ele está enlouquecido, sem transparecer para ninguém além de mim. Antes eu não conseguia ler seu drama patológico no olhar, mas agora sei de cor como ele demonstra. Nenhuma outra pessoa pode ver, somente eu, que não sou mais enganada. Talvez eu tenha os olhos-doidos também, mais fortes que os olhos-tristes, mais profundos que os olhos-foscos. Meu uísque não tem gelo e fica na mão direita, a gente se completa. Eu atraio sua loucura, como se não houvesse nada melhor para mim. Esperar o pior é esperar por nós dois.

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