Eu tenho medo das suas frases menores dizendo algo diferente que tentam passar despercebidas, mas percebo. Medo das pequenas oscilações entre tanta certeza, apenas porque confiar - assim, de olhos fechados - seria demais para quem levou tantas rasteiras de promessas. Eu sei que seu esforço para me dizer as coisas mais bonitas é maior do que o meu. Mas somos diferentes nisso de sentimento. Eu sou uma pessoa qualquer, contemporânea e abstrata, e você é um clássico romântico. Nem sei por que fui gostar tanto. E por agora, pode até parecer que venho me arrependendo e querendo desistir antes da hora. Contudo, explico, tudo isso não passa de medo. Medo de correr esse risco imediato, apenas porque de longe parece bom. Medo de querer mais do que sei viver, como uma vida a dois pra quem tem coração egocêntrico. Coração que sente muito mais do que os outros e divide quase nada. Mas, perdoa esses receios todos. Ainda posso tentar. Ainda posso seguir. Embora fique sempre em corda bamba e linha tênue. Embora sinta uns surtos de fuga. Mesmo que fique procurando em você um motivo prejudicial que seja para não insistir. Eu quero, até quando penso rapidamente que não temos razões.
Flavia Andrade
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