agosto 06, 2016

    Quando recebi aquela notícia boa, abracei-a sorrateira, feito coisa preciosa minha. Saí daquela sala agarrada às palavras ouvidas e guardadas cautelosamente. Lá fora, atravessando ruas, fui criando controle sobre o que eu tinha a compartilhar com o mundo inteiro, mas não poderia. Notícia boa tem que ser bem cuidada. Eu queria parar qualquer pessoa na calçada para dizer aos berros o que tinha me acontecido, queria entrar no primeiro bar para pagar uma rodada para todos e me declarar oficialmente como a pessoa que recebeu aquela notícia. Mas fui quieta, fechando um zíper imaginário na boca, levando minha novidade como um presente bem embrulhado para quem fosse ouvir com uma felicidade recíproca. Eu contaria apenas para quem tinha torcido por mim durante todos aqueles longos meses, para quem entenderia meus olhos marejados e eu toda feliz, feliz demais para não transbordar. Quando recebi aquela notícia boa, só quis a presença daquela pessoa ao meu lado para receber comigo. Corri o trajeto agarrada à lembrança, ainda suficientemente real, para contar logo que chegasse: eu diria a ele que dali para frente nossa vida mudaria.

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