junho 30, 2012

Ela e o céu


  Ela cresceu como o azul do céu vai escurecendo a cada centímetro durante o dia, assim como toda aquela dimensão disfarçava-se entre nuvens, ela sabia como fazer suas mudanças não serem notadas, até atingir o ponto mais alto e mais escuro, no caso dela, o ponto mais forte. Eu não poderia descrever, nem soube também o fazer, mas conto-lhe que ela modelou-se como Deus modela suas nuvens, fez-se assim uma menina pequena, assim como nuvens na visão de uma criança parecer algodão - doce -, ela elaborou sua aparência inocente, mas tornou-se gigante, confiante, guerreira e sábia no coração. Ela brilhou como o sol iluminando a rua depois da chuva, discreto, mas ninguém poderia parar e fez surgir o arco íris, admirado por qualquer coração de pedra que apenas soubesse apertar um pouquinho mais os olhos para conseguir enxergar tal beleza extrema. 
  Mas depois sempre veio a noite... Ela alterava-se em todos os momentos em que precisava lidar com o mundo. Assim como o doce céu que ela observava e inspirava-se a no mesmo balanço, viver. Nunca se esqueceu de brilhar, mesmo quando a escuridão reinava. A lua lhe contou este segredo, o brilho destacava-se na noite e era nela que a magia deveria acontecer. Então, a garota guardava seus sorrisos singelos, suas gargalhadas estonteantes e o olhar encantador para as noites. Era maravilhoso de se ver, ela aprendeu com o céu, a surpreender. Certa vez, ela contou a uma menininha que observava as estrelas no parque uma de suas aventuras: "Com um impulso que durou um átimo, eu caí em queda livre, e enquanto caía, o aperto no coração foi sumindo, e só pela liberdade da queda, aquela ação já tinha valido a pena." Foi como chover... E completou dizendo "Você tem que surpreender a si mesma, não pode esperar que os outros apreciem e nem que se admirem, pois tudo o que você faz tem que agradar primeiramente e unicamente a você mesma." 
  Com essa teoria, ela sabia que ninguém nunca poderia esperar algo, ninguém nunca deveria saber se no íntimo daquela alma era inverno ou verão, ela surpreendia as pessoas a sua volta com o inevitável. Assim como dormir depois de um dia ensolarado e brilhante e acordar com um dia de tempestades e vendavais. Ela foi uma aspirante a princesa, uma pequena nuvenzinha modelada perfeitamente, uma garotinha gigante no coração. E aprendeu com o maior mestre de todos a viver e concluiu que o céu é escola para quem sabe aprender, ou apenas sutilmente observar.

Texto para a 122ª Edição Conto/História do Projeto Bloínquês.

Flávia Andrade


junho 28, 2012

Desobediência

 Eu não faço a minima ideia do que escrever, pois meu vocabulário foge quando teu nome vem em minha mente, mas eu sei que preciso, pois meu coração transborda de saudades e sentimentos aflorados os quais eu não posso controlar. Memórias, quem dera fossem inventadas, viajam em minha mente atordoada e atingem meu velho nosso, o passado de mangas arregaçadas, entediado e destruído.
  Eu costumava sempre ir direto ao ponto apenas para não ter que voltar. Costumava ir pelos os cantos para não chegar no meio de nossa relação e a intenção nunca prolongou-se a me lembrar. Mas você estava sempre ali, como uma estrela que você observa todas as noites enquanto anda distraído voltando de um lugar qualquer, o lugar é o mesmo de sempre, mas não é importante então não lhe faz lembrá-lo. Ando assim meio desatinada, meio interligada a você mesmo sem querer... Caminho assim, um pouco fora de mim, sutilmente fora de minha alma, de forma singela fora do meu coração, e me ferindo sem querer, caminho no âmago do meu amor. Passos descompassados, caídos e alterados não respeitam o que quero. Na verdade, nada aqui dentro me respeita, meu coração nunca ouve meus conselhos e minha mente é tão hiperativa que nunca ao menos ouve o que digo. Deixe-me dormir um pouquinho, assim ó. Descansar, desligar-me do mundo, apagar para ver se essa história se apaga também. Deixe eu mentir para mim por alguns segundos para ter um sossego.

Flávia Andrade

junho 16, 2012

Nós, só nós, amor

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     Bateu uma saudade de te chamar dos apelidos que um tempo atrás corava suas bochechas, de te xingar apenas para te ver revidar com as gírias que só nós entendemos. Senti falta da forma engraçada que a gente costumava lidar com certas notícias e de como você era um palhaço quando se tratava de me arrancar um sorriso. Ao mesmo tempo em que apertava o coração, pensei na nossa música e coloquei-a para tocar. Desabei a chorar. Enquanto o instrumental ia evoluindo e toda a letra formava a melodia e fazia total sentido, se passava um lindo filme por minha memória e em poucos segundos transmitiu os sentimentos mais apertados e guardados em meu ser. E eu senti vontade de passar este filme em todos os cinemas do mundo, para todos assistirem e verem o quanto nosso amor já foi lindo, passar para que vissem essa nossa comédia romântica levada aos trancos e barrancos numa vida que nem a distância foi capaz de separar. A música é a trilha sonora perfeita para emocionar qualquer coração de pedra que ao menos renda-se a assistir. E quem ousar dizer que é apenas uma música... Ah, ousou e farei calar-se, pois é a nossa música, nosso filme, E nossa história. Nossas risadas ressaltava alegria que se fosse distribuída pra o mundo o inteiro, ainda sobrava. Mas tropeçamos, e nossa música se repete a todo instante, e do passado, a única coisa que volta são os toques de piano da nossa velha canção e todos os dias adormeço ouvindo-a, sonho com nossos abraços nunca abraçados, e com nossa velha infância nunca tida, nossas memórias inventadas e com a barreira da distância, essa que infelizmente, sempre foi real. Foi o romance mais belo e singelo, assim como o brilho do seus olhos que minha memória já assistiu e gravou. Foi o livro não-escrito que minha lembrança leu e ainda relê. E eu apenas sinto falta, não há nada que eu possa fazer para mudar, nada que eu possa dizer. Ninguém errou, meu amor, nós dois somos inocentes. Mas nossas feridas cicatrizadas não podem simplesmente remendar nosso velho passado e fazer tudo voltar. Eu sinto sua falta. Sei que agora estamos juntos, mas sinto falta do amigo que você era, da amizade que nós tínhamos, do amor que nos preenchia. Eu sinto sua falta, amor, e continuarei dizendo. E se não podemos continuar, ainda assim em meus sonhos viajo para um passado só nosso, meu mundo de fantasia agora é seu e meu e cuidarei bem dele, como gostaria de poder cuidar de você.

Flávia Andrade

Para que ninguém possa ver


   O sorriso engana a verdade guardada nos profundos olhos, as lágrimas acendem-se como fogo árduo, mas o sorriso batalha para brilhar tanto quanto o sol e ele mente... O dia mente os sentimentos por entre as linhas, torna nossa página em branco do dia que há de vir em puros rabiscos, faz traços amontoados e tropeça em suas próprias retas; Enquanto a noite, a amarga cor do céu que apaga o sorriso fingido, mantém o que o sol fez-se esquecer e mostra-nos a verdade mesmo na escuridão. Há inspiração na face desfocada de quem chora, mas não há brilho na mente tumultuada daquele que esconde o que sente.
   Escrevo sobre o que transborda aqui dentro e se guardo, minhas palavras tomam um próprio e fiel rumo, adquirem força apenas para fugir. Fogem para folhas sem linhas e simplesmente despedaçam. Conte, o que pensa e sente, compartilhe da sua forma, seja ela singela ou complexa. Guarde suas folhas escritas, e não suas palavras e não sua arte e não o que transborda do âmago.

Flávia Andrade

junho 14, 2012

Pra dar certo, dessa vez


     Estou tão feliz que você tenha voltado, meus dias distantes das suas palavras foram sufocantes, pensei até em correr de mim mesma, de pegar um barquinho, chorar um oceano e ir remando pra me distanciar de você, do mundo também. E, confesso, nem foi bem assim, mas eu fugi, escapei do meu orgulho. Eu fugi e fiquei com um vazio enorme. Eu fugi e voltei atrás, pois eu precisava. Agora que você está aqui, recuperei o pedaço que me faltava, ele veio um pouco machucado, veio remendado, mas era tudo o que eu precisava. Veio com palavras ásperas e que acertam em cheio o sentimento que tomo por seu, mas as suas vírgulas e pontos ainda são doces e eu guardo cada uma delas, pois neste momento cada simples segundo que ganho com você, são os segundos mais preciosos e esperados durante todos os meus dias longos. Voltei para você e, juntamente com nossa reaproximação, voltei a levar um sorriso no rosto toda vez que seu nome ilumina minha mente, e uma gargalhada toda vez que lembro das nossas velhas conversas bobas... E eu sei que podemos superar, apenas não desista de mim e não deixe-me ir, por favor.

Flávia Andrade

junho 13, 2012

Veneta de te sonhar

   Tua paz convidou-me a sentar neste velho sofá, e em segundos tua veneta contagiante mudou minha rotina e minha vida, simplesmente foi assim. Vi meu mundo por um ângulo novo enquanto observava tua voz me chamando em um parco sinal. Já era hora, amor, senti tua falta nesse turbilhão de pensamentos, eu precisava que você viesse para desprender-me de mim. Sentir que agora estávamos juntos emocionou a alma e uma lágrima dos meus olhos fugiu apressada sem que eu pudesse ao menos perceber, foi de encontro ao sorriso que formou-se ligeiramente em meu rosto, um pouco improvisado e tanto desajeitado, tanta falta fazia a eu mesma o meu sorriso, pois ficar longe de você fez com que eu vivesse no mundo da lua e portanto, eu me encontrava distante demais do mundo para trazer reações ao corpo.
    Por este motivo, amigo, sorri bagunçada transbordando sentimentos aflorados. Os sentimentos os quais me trouxe um deliro de amor, e lembrei que eu sonhei que estava exatamente aqui, olhando pra você. Uma sensação louca e confusa, mas você sabe, eu sempre fui assim, meio lá, meio cá, meio de lua e sabendo, aproximou-se para me acordar do meu leve sonho propriamente dito, eu sonhei acordada e vagamente descompassada.
   Acordei com o brilho desse teu olhar justaposto ao meu raso e vago. Teu olhar, ah, como não me canso de me encantar por ele... Contei-lhe uma vez que quando estamos distantes costumo perscrutar pelo o brilho das estrelas, para nelas te encontrar e em nenhum momento menti, pois nelas é o lugar onde sei que sempre vou tê-lo próximo. Deito ali fora, sem eira nem beira, e adormeço pensando que minhas palavras não sustentam meu amor e que diariamente preciso das tuas para receber um pouco de paz à única dose de sã consciência que me resta. Então, não acostume-se a demorar para voltar amor, vai em dois palitos, um pé lá e um cá... E um cá mais uma vez, só para ter certeza de que um dia você fica sem nunca mais ir novamente.

Texto para a 123 Edição Musical do Projeto Bloínquês
1º lugar!

Flávia Andrade

junho 09, 2012

Balbúrdia de amar


    Esse é meu amor por você: descomunal, que ferve e esfria, queima a paciência e arde a vontade. Este é o sentimento que tomo por nosso, um amor desordenado onde tumulto é apelido. Faz adormecer a falta. A falta de vida e de paz. Esta é minha maneira simples de amar, de amar você, pois apenas esse amor causa tamanha loucura. Apresento a você esse meu amor rueiro, que gosta de ir buscar sua calma para o meu coração desesperado e levar do meu ser até você uma dose de exagero, que quer roubar um pouco do que tem em você que me falta e te completar com o que me transborda. Esse raro amor que, às vezes, é um tanto errado, mas que, às vezes, faz a coisa certa e, no fim, é só seu, amor. Me virou do avesso, me fez assim, transformou meus dias, bagunçou meus sentimentos e tumultuou minha paz. Trouxe-me um singelo sorriso e uma alegria marota. Amor, esse é meu amor por você.

Flávia Andrade

junho 07, 2012

Apaixonamentos e Engarrafamemtos: paixão em transporte público


    Dia desses me apaixonei em menos de um minuto num desses transporte públicos lotados, numa dessas tardes rotineiras. Nossos fones de ouvidos se entrelaçaram enquanto eu desembolava o meu e ele girava o dele, de alguma forma casual ambos se juntaram. Desculpa, ele pediu com um sorriso disfarçado de lado. Me beija! eu quis dizer. O engarrafamento atuava como destino e eu torcia para nunca ter fim, para nunca chegar. Mas o trânsito voltou à ação e o motorista não era eu. Se fosse, agora estaria com os pensamentos naqueles fios embolados como se dissessem: se embolem também. Mas a gente não tem chance de se embaraçar, já chegamos aos nossos destinos e estão a mais de vinte quadras de distância. Eu só me encantei num desses amores rápidos dentro de ônibus onde nomes são silêncio. E eu fico aqui me perguntando: carência ou paixão-desvairada-randômica por sorrisos meigos e fones de ouvido entrelaçados com o meu?

Flávia Andrade

Pequeno Deslize


    Minha vida anda um pouco deslizando por tudo o que faz sentido, fugindo do que é normal e agindo indiferente com o cotidiano. Minha vida não, eu. Eu estou assim. A realidade mesmo é que está tudo um caos. E não é que eu odeie isso, na verdade, eu amo vida bagunçada, essa coisa de correr pra lá e pra cá, virar do avesso para lidar com tanta coisa, eu gosto dessa freneticidade. O negócio é que com tanto tumulto que eu mesma causo, me perco nos meus sentimentos. Acho incrível como lido tão bem com as palavras de um livro, mas tropeço horrores para escrever as palavras da minha história. Se essa página agora fosse um diário, eu diria que essa noite dormi ouvindo reggae e nunca havia tido sensação tão boa, diria que essa noite descobri que a música causa grandes efeitos. Eu contaria minhas histórias loucas as quais até hoje me causam crises de risos, arrependimento nunca. Mas tô tão sem saber o que fazer, que se essa página vira um diário, ela se rasga por si só. Torno-a então, um pequeno deslize meu, assim como alguns momentos de minha vida, um deslize onde em uma madrugada vazia de amor me deixo levar pela veneta de escrever.

Flávia Andrade

Adeus outrora

  Deixe-me ir, amor. Acompanhe-me até a esquina, mas não se deixe levar a me observar partindo após virar a rua. Saia de fininho para que eu não possa ouvir teus passos seguindo um caminho diferente do meu, para sempre, pois a dor tornar-se-ia maior. Vamos, confie que nossos lados opostos irão entrelaçar o caminho perfeito e não há motivos para sofrer, sei que não é de nossa vontade, mas o que fazer quando se é necessário? Vamos evitar erros, aqueles velhos e permanentes erros... Pergunto-me qual o sentido do eterno, pois se é eterno será então uma força inalcançável ou se tão esperado por todos se limitaria a ser verdadeiro? Quantas vezes prometeram que seria eterno, e não mais foi, acabou antes mesmo de tornar-se um "era uma vez", agora questiono se a eternidade é apenas uma força que ninguém tem certeza e em meu ser orgulhoso demais para acreditar, ele não existe assim como a fé. Então, se nosso amor é mesmo eterno como prometeu à meu amor próprio outrora, creio que devemos colocar-nos a sentidos opostos mesmo. Acompanhe-me até a esquina e não deixe que eu te ouça seguir em frente, e por favor, não chame meu nome, nem cante nossa velha canção até que eu esteja distante o suficiente para não ser capaz de ouvi-lo. Esta não é uma despedida triste, amor. Apenas nós sabemos o quanto precisamos e que ano após anos tudo se tornará mais fácil de lidar. Veja bem, doce amor, o dia está belo hoje, o sol, como você costumava me dizer, está convidando-nos a dar uma boa gargalhada, apenas pelo o prazer que sentimos quando as risadas são escandalosas. Os pássaros gentilmente cantam para nós. Cuide-se, enquanto ouve a canção deles. Cuide-se, enquanto embarco no meu futuro e deixo-te viver o teu. Cuide-se, apenas, amor.
Texto para a 120 Edição Visual do Projeto Bloínquês.
Primeiro lugar!

Flávia Andrade

junho 03, 2012

Cinema antigo

   O mundo parou quando eu parei para reparar no sorriso mais belo que já vi e respondeu o meu, não comportando-se ao seu. Nossa pequena distância diminuiu e a pulsação da nossa caixa de amor que temos aqui dentro acelerou, seguimos então juntos de mãos vazias, você do lado oposto e meu oposto torcendo para te atrair. 
   Uma rosa recolhi e te entreguei, seus olhos claros faiscaram uma luz de emoção que me levou embora a carência e trouxe para perto uma pitada de coragem. Pensei e repensei mais vezes até correr em um único passo para o entrelaço de nossas mãos, ação minha, reação sua e o melhor sentimento foi despertado.
    Aproximei-me das batidas do teu coração. Roubei um beijo franco. Um beijo que virou nosso.
Me fez louco.
Me fez bobo.
Me apaixonou.



Texto para a 121 Edição Visual - Bloínquês
Flávia Andrade

junho 02, 2012

Suscita sua presença

   Ei, psiu. Vem cá, senta aqui perto e vem falar baixinho: vamos fugir. Vem suspirar ao meu lado sobre as bobagens que a gente diz, vem assim manhoso e eu me apaixono por você apenas mais uma vez. O café está esfriando, o guarda-roupas vazio esperando as vestes com seu perfume e você ainda não chegou. Vem pra cá e me diz por que às vezes me olha tanto, não é que eu me incomode com isso, mas o brilho dos seus olhos causam mais efeito quando está mais próximo dos meus, e principalmente quando sua boca está mais próxima da minha. Então vem explicar. Que dure horas, que dure dias, que você não vá mais embora. Acarinha meu rosto e cante como se fosse me ninar.
 Pode mimar.
 Pode amar.
 Pode me namorar.
   Estou carente do seu carinho, do seu amor, e sutilmente de você. Venha mais um dia e com seu encanto preencha o espaço do nosso abraço, incita a guerra entre a distância e nosso amor, permaneça aqui esta noite. Podemos nos deitar lá fora para observar a imensidão do nosso céu florido por estrelas. Sim, ele flore estrelas e você não ousa teimar. Flore como um dândi, flore como você floriu no nosso primeiro encontro.
   Faça do nosso amor um céu florido tão quanto a própria imensidão e a gente tem a eternidade toda pra se amar. Vem, a eternidade é hoje. Hoje se repetindo mais uma vez a cada dia. Vem esta noite, amor.


Texto para a 95 edição Cartas do Projeto Bloínquês.
Flávia Andrade

Pedido alheio aos teus anseios


 Eu poderia ouvir o tom da sua voz por mais de vinte e quatro horas, embora você não acredite. Acordar com o teu bom dia e adormecer com você reclamando sobre qualquer coisa desnecessária, seria canção de ninar. Eu poderia passar o resto da minha vida olhando para os seus jeitos de andar pela casa, se encontrar na própria bagunça, pegar mais uma cerveja até perder as contas, comentar sobre algo intelectual demais para as pessoas ao seu redor, fazer tudo de maneira única e se destacar para mim. Sorrindo apenas de encontrar o seu olhar entreaberto quando ri ou desconfia de algo, e me sentir segura apenas por te ter. Eu não precisaria de mais nada, pois você sempre soube oferecer o mundo apenas ao cantar algo desconhecido que me agrada incondicionalmente.
   Sinto muito não poder dizer nada além de que você só teria a mim e ao meu coração, esse amor intenso pouco compreensível. Mas seria apenas se dissesse sim. Um sim para você mesmo. Um sim que fizesse desabar essa barreira anti-amor. Há muito em você que faz muito em mim ser frágil, então eu fico aqui no canto esperando uma chance de mostrar que seria diferente se fosse simplesmente cotidiano. Sem nenhum esforço, só amar.

Flávia Andrade
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