outubro 30, 2012

Sobre as saudades de você, pai

  Não gosto de sentir esse verbo se conjugando, esse indo, esse endo, esse findo, esse te perdendo. Eu sei que fisicamente já se foi, mas continua aqui dentro em meu coração e o machuca cada vez mais, porque sou fraca e não posso deixá-lo ir. É como se todo dia fosse o seu dia, e eu quero comemorá-lo ao seu lado, mas nem sei pra que lado devo olhar... Pai, onde está? Sei que se aqui estivesse, comigo cantaria mais alguma canção e iria tentar frustadamente me ensinar a assoviar. Nunca consegui. Sei que se aqui estivesse, comigo gargalharia de mais uma piada, que talvez eu nem entendesse, mas ah, teu sorriso! Pai, por que foi?
   Sua princesinha (só porque você era um herói e me salvou de um castelo chamado vida) completou mais um ano de vida e pensa: Pra que vida se a morte já a marcou? Se a morte já o levou e tão longe foi que não posso te trazer de volta? Pra que vida? Se a morte já está comigo. Me desculpe por pensar essas bobagens, mas...
   Se parássemos, sentássemos, em qualquer banco, e iniciássemos uma conversa... Ah, eu teria tanta coisa para  contar. Dizer que os primeiros passos que me ensinou, levou-me a belos caminhos e as primeiras palavras que me disse completou muitos de meus textos. Pai, não quero tornar isso mais difícil do que já é, mas eu sinto tanto a sua falta.
   Qualquer melodia, qualquer sorriso, qualquer um que não seja um simples qualquer. Pode me entender? Especialmente você, especialmente meu pai, não posso encontrar, nem ouvir, ver, sentir... Sentir você aqui perto de mim e confiar. Respirar aliviada e não precisar repetir essas palavras para que entenda que se está tão longe, preciso que se aproxime novamente, eu preciso de você!
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